nós!

ao longo dos tempos a expressão "arte" tem-se tornado uma afirmação pesada!
ser um artista é algo de superior, com um peso e uma seriedade únicas...existem agora cursos para todo o tipo de arte e diplomas a identificar cada um dos artistas.
ora, para mim a arte está e estará sempre muito próximo do "saber-fazer", e para tal, ser artista implicará sempre saber fazer com uma enorme mestria um qualquer ofício.
o objectivo único e principal da arte é o ser apreciada, por esse motivo não concebo que se retire do público o poder de decisão sobre o que é bom ou mau. não pode ser a técnica nem o tempo, nem o nome que concebem a qualidade de uma peça de arte ou de um espectáculo, mas sim as sensações que esse objecto/momento consegue despertar em quem o vê.
e vivam os artistas!

lost all my hair downtown

aqui

desaparecida

sombra de mim, originally uploaded by silvia - raparigascomonos.

parece, mas não é...
não fui de férias, nem decidi terminar o blog, nem a minha vida parou.
ando por aí num turbilhão de trabalhos e coisas para fazer que nem tempo para respirar tenho!
algumas coisas fazem parte da lufa lufa de todos os dias, mas outras coisas desenvolvem uma adrenalina boa no meu corpo...daquela adrenalina que faz o mundo girar.
haja resistência, vontade e muita energia de reserva!!!!

obrigada rosa:)

(ilustração original da artista helena reis, para mais informações contactar helena.reis.leite@gmail.com)

qual não foi o meu espanto hoje, ao fazer a minha visita regular aos blogs de leitura assídua, quando reparo na lista de blogs da rosa pomar e vejo lá "raparigas como nós"...
sou eu....pois sou.
o blog a ervilha cor de rosa foi o primeiro blog que comecei a seguir e que leio há mais tempo sem qualquer interrupção, por isso fiquei muito, mesmo muito feliz por saber que também sou lida e visitada do lado de lá.

é bom! obrigada rosa:)

pois café

não acho que os portugueses sejam muito dotados em criar sítios públicos confortáveis. salvo raras excepções, os cafés "normais" que vemos por aí têm paredes de azulejo, chão de tijoleira cinza, montras com bebidas alcoólicas cheias de pó e bolos industriais de há mais de 2 dias...
não que seja algo que nos incomode demasiado, pois passamos por esses sítios para beber o café, (dantes era para fumar o cigarro!), e pouco mais. são raros aqueles que convidam a ficar intemporalmente, a pura e simplesmente estar e descansar. por isso, quando soube que este café era da propriedade de 2 jovens austríacas (acho eu), percebi logo que o conceito seria algo diferente...e era.
mais uma vez a selecção do espaço foi genial, e a decoração recolhe bocados das nossas casas antigas e cria recantos nos quais podemos pensar que estamos na sala a ver televisão!
não que já não tenha visto outras tentativas por aí de criar este conceito por cá, mas na minha opinião foram tentativas falhadas.
o que realmente diferenciou este lugar de outros semelhantes em que já estive foi...o essencial: a comida!
desde a limonada austríaca fantástica, à sande de comer e chorar por mais e às irresistíveis sobremesas, tudo caiu no meu estômago na perfeição! e se por ali morasse não deixaria por satisfazer a minha vontade de provar tudo o resto.
mas o mais engraçado de tudo, foi quando, de repente nos deparamos com a cozinheira do café...!!!!!
era amiga da minha amiga e tinha morado toda a vida aqui mesmo ao lado! como o mundo é pequeno, não?
ok, os portugueses podem não ser especialistas a criar ambientes "cozy", mas nos tachos não há quem nos bata!!!! ah, pois é:):):)

uma casa portuguesa

vim de lisboa absolutamente maravilhada pelo projecto "uma casa portuguesa" da catarina portas. já o conhecia há bastante tempo, conhecia o site e já tinha visto várias caixas espalhadas por lojas. mas nada fazia prever o espaço lindíssimo que têm em lisboa e o bom gosto com que todos os produtos são cuidadosamente seleccionados e expostos.
fiquei rendida ao espaço...haveria lugar mais perfeito para um projecto destes? desde os armários, ao chão e paredes, ao ar de armazém perfeitamente conservado, o balcão, enfim, tudo!!!
os produtos são todos "compráveis", nada está lá por acaso, ou para fazer "feitio", apetece trazer as andorinhas, os lápis viarco, os sabonetes ach brito, os brincos de viana, enfim, tudo!
o mais engraçado, é que a grande maioria dos produtos lá expostos são meus conhecidos, ou porque de facto a minha família já os consumiu, ou porque já os vi em outro lado qualquer. mas ali, naquele ambiente, com aquela forma de exposição, ganham toda uma nova vida e dimensão...mágico, absolutamente mágico!
resta-me dizer parabéns à casa portuguesa:):)

uma turista do norte em lisboa

confesso que não sou uma visita assídua da nossa capital.
as poucas visitas que faço a lisboa são geralmente em trabalho ou por questões práticas, pelo que não sobra muito tempo para deambular e conhecer a cidade.
por isso, sempre que lá vou sinto uma enorme estranheza, quase como se não estivesse no meu próprio país.
apesar de ser um lugar comum, as comparações porto/lisboa são inevitáveis de tão diferentes que as duas maiores cidade do país são uma da outra.
para mim, lisboa e a sua gente está mais próxima do algarve do que do norte do país.

há muito, mas muito, muito mais gente...uuufffaaaaa! no bom e no mau sentido!
a quantidade de lugares possíveis e de eventos a acontecer, os turistas, as exposições, as lojas, os teatros, são num número astronomicamente maior do que no porto.
até as ruas e a sua largura e comprimento nos "engolem" e fazem parecer que a tarefa de chegar ao próximo cruzamento nunca mais vai acabar:)
há poucas árvores e jardins, o que em dias de sol, faz muita, mas mesmo muita falta...
e a pressa??? mesmo com um calor de rachar, este pessoal tem uma pressa para todo o lado assustadora. os carros businam por tudo e por nada, na passadeira temos de nos concentrar rapidamente em chegar ao outro lado, ou então alguém nos atropela ou manda uma buzinadela que vai parecer que fomos atropelados.
em alfama, os "mitras" lisboetas, mandam piropos em inglês!!!! isto não é normal...que estranho!
as pessoas falam com a boca fechada, o que dá a sensação de que não se riem...estão sempre sérios e a tentar despachar-nos, será?
ahhh, e o rio...nunca sei em que lado está o rio!!!
bem, mas estas coisas são apenas pequenos apartes bairristas de quem se sente um aldeão a visitar a cidade.
lisboa está mais bem preservada e recuperada do que o porto. apesar de não ser o que as estatísticas dizem, não me apercebi de tantos prédios e casas abandonados como vejo no porto. o centro da cidade lisboeta tem muito mais vida e pessoas do que a baixa do porto. o comércio existe efectivamente por lá, com clientes reais, e a conviver pacificamente com as novas modas e a globalização dos produtos.
apercebi-me de algo que nunca tinha sequer reparado: lisboa tem lojas de "recordações" e o porto não...!

momento do dia:
(uma senhora numa loja)
- as meninas não são daqui, pois não?
- não, somos do porto
- ahhhh, eu também sou do norte, mas um pouco mais a sul
- ai sim? de onde?
- de braga!