with the lights out

2.5.16

I could live here

28.2.16

trabalho é a arte de fazer acontecer

22.2.16

I could live here

24.1.16

o meu café

23.1.16
De manhã mando shots de cafeína, de pé num balcão de um café local.
As paredes são em tons de cinza, branco com detalhes roxos. Há espelhos um pouco por todo o lado, mas como me confundem o cérebro, nem sei bem onde estão. As cadeiras brilham num misto de limpeza e dúvida sobre a mesma. A televisão passa os programas da manhã e os senhores lêem o JN. As senhoras saem de casa ainda em chinelos com a carteira debaixo do braço e tomam meias de leite e galões.
O café é óptimo, as bolachas de chocolate também e a menina que me atende irrepreensível na sua simpatia e educação.
Aqui tudo falha, com excepção das pessoas que atendem e da qualidade do produto. Então, será que falha mesmo, ou realmente funciona?

Agora dou por mim a pensar muito em espaços comerciais e como as pessoas se sentem quando vão comprar algo. Esquecendo os shoppings, que ficam lá na secção do Sr. Belmiro, as lojas pequenas, locais, fora dos centros urbanos, ficaram presas entre uma economia que esmagou qualquer negócio em nome próprio e uma nova geração que se desloca de carro para todo o lado e quer ter tudo à distância de dois passos. A maior parte dos negócios morreram e os que sobreviveram, fizeram-no à custa da teoria do 'não respira', ou seja mantiveram-se congelados com medo de qualquer passo em falso que os poderia condenar.

Quando vemos de fora, de longe, está tudo mal, criticamos o espaço, as pessoas, a decoração e a oferta. Mas depois quando nos aproximamos também temos de ver o que têm de melhor.

Não me sinto bem em sítios demasiado brancos e clean, também já não aguento a moda hipster-urbana, o saudosismo nacional (abrindo uma merecida excepção para a Vida Portuguesa que faz tudo tão bem e de forma tão cuidada, que é quase irrepreensível), nem o rococó fofinho em tons pastéis.

Queremos sítios bonitos, limpos, com muita oferta, acessíveis, com pessoas simpáticas e disponíveis, queremos ter o que os shoppings têm e mais alguma coisa para sermos diferentes e queremos, depois de tudo, que tudo seja genuíno. Simples e genuíno. Assim, sem grande esforço.
Mas afinal, será que isso é mesmo possível?

E vocês? O que vos faz sentir bem num sítio? Bastará as pessoas e o produto? E o resto, de que forma tudo o resto afecta o essencial?

reset de estilo

2.1.16
Coat by Zelinka-Matlick 1954 5 anos a trabalhar a partir de casa.
5 anos a encarar a roupa como um objecto supérfluo, perfeitamente dispensável e cuja aquisição se faz por mero gozo e não por necessidade.
Quando trabalhas em casa, vestes a mesma roupa alternada nas lavagens e não há necessidade de roupa para momento algum, uma vez que estás aqui, atrás do computador.

E é atrás do computador que muitas 'fashionistas'  (este é um dos nomes mais pirosos de sempre) fazem os seus posts de estilo com fotos da memória no computador enquanto usam o mesmo fato de treino e vão trocando as meias de lã grossa compradas naquela viagem à neve, que servem perfeitamente para a foto IG do pequeno almoço com o café ao colo. As fotos são claras, a luz perfeita, as unhas pintadas.
E do lado de cá do computador, vamos achando que anda toda a gente cheia de um estilo natural, descomprometido, leve e fácil, somos todas parisienses. E ricas.

Mas depois, na rua, no momento do vamos lá ver, é tudo tão diferente, e triste e tantas vezes a roçar o ridículo. Sim, a vida no ecrã do computador é bem mais bonita. A luz verdadeiramente natural não é assim tão amiga do estilo. Temos pena.

Na verdade eu própria alimento-me de conceitos de estilo que vou consumindo virtualmente e raramente se comprovam no dia a dia.
No dia a dia, precisamos de botas para a chuva, camisolas para locais gelados, meias que não estejam rasgadas, casacos sem borboto e sapatilhas que não tenham passado pela guerra.

E de repente, olhas para o armário e concluis: congelei no tempo caseiro. Não posso sair de casa.
Tenho 37 anos, há muito que deixei de me deslumbrar com as roupas da Zara, vestir-me à anos 60 está fora de questão, calças rasgadas ao vento e saltos altos não encaram poças de chuva. O conforto não pode nunca ser ultrapassado pelo estilo. Quero peças bonitas, de qualidade, com as cores e as formas certas. Confortáveis. Não muito caras. Originais. Já não tenho muita paciência para grandes banhos de lojas. Também não tenho muito dinheiro.

Conclusão: melhor ficar atrás do computador.
De qualquer forma parece que vai chover, não é?