Sónia Sapinho · Escolhidos a dedo

30.4.14

Ultimamente andamos todos apaixonados por este quadrado mágico que é o instagram. Ainda ninguém percebeu se será apenas uma moda, se um marco icónico da fotografia do século, se uma rede social poderosa. Cada um à sua maneira aprecia esta forma de nos ligarmos uns aos outros com imagens.

Uma das coisas que mais gosto de perceber nas contas que sigo são os estilos que vão surgindo.
E foi com alegria que fui começando a identificar na Sónia Sapinho um tipo de fotografia característica. Ela pegava num qualquer objecto do quotidiano, segurava com a mão num fundo liso e fotografava. Objectos tão simples nos quais não reconhecemos valor estético de repente davam vontade de imprimir e colocar numa moldura.
Este hábito da Sónia foi se repetindo vezes sem conta até que um dia ela resolveu juntar tudo num tumblr, devidamente arrumado e com o destaque merecido. E por isso agora é possível apreciar o 'escolhidos a dedo' em forma mosaico em escolhidosadedo.tumblr.com.

Ora eu, que ultimamente ando com a necessidade de convidar pessoas para o meu espaço, e que já era amiga virtual da Sónia há algum tempo, resolvi enviar-lhe umas perguntas para saber mais qualquer coisa sobre estas fotos e sobre o que a Sónia  pensa e anda a fazer por aí pelos caminhos virtuais.
Falar é bom e eu gosto de trocar ideias e por isso tenho feito este exercício de em vez de ficar apenas a admirar as ideias e o trabalho de quem gosto, aproveitar para dois dedos de conversa que só fazem bem à alma e à curiosidade.

Fiquem então com a Sónia Sapinho e com o 'escolhidos a dedo':




Nome: Sónia Sapinho

Ocupação:
Mãe
Designer de cerâmica de formação
Marketeer de pós formação
Designer e gestora de comunicação (virtual e real em part time e freelancer)
"Tudo e mais alguma coisa" de projectos próprios como o Ditado
Curiosa (in)disciplinada

Presenças web:
website: www.soniasapinho.com
instagram: www.instagram.com/soniasapinho
flickr: www.flickr.com/soniasapinho
tumblr: www.soniasapinho.tumblr.com
www.purplish-red.tumblr.com
www.escolhidosadedo.tumblr.com
twitter: www.twitter.com/soniasapinho
pinterest: www.pinterest.com/soniasapinho
facebook: www.facebook.com/ditado

3 palavras sobre ti:
Ir
Rir
Descob(rir)


1) 'Escolhidos a dedo' é um nome que deste a uma página tumblr com fotos do instagram que mostram um e só um objecto que seguras com a mão. São mesmo escolhidos a dedo?

Sim. São mesmo escolhidos a dedo só que de uma forma espontânea e não programada. Não ando a pensar em objetos para registar, nem tenho uma lista para cumprir. É uma coisa que acontece e que faço questão de manter.
Às vezes tenho de parar o que estou a fazer para registar o objeto. E é esse, para mim, o maior encanto desta coleção que é sobretudo uma coleção minha*. Quando me lembro de registar não posso esperar mais. É apontar e clicar. Já aconteceu, por exemplo, estar a fazer a sopa para família e parar de descascar uma courgete por ter de ser imediatamente fotografada :)

*a certa altura comecei a pedir a algumas pessoas que usassem a # em determinadas fotos, havendo assim, no instagram e também no tumblr, algumas fotos de outras pessoas que são “escolhidas a dedo” por mim.


2) Para quem vê agora parece-nos uma série com um tema preparado. Foi assim, algo que querias fazer ou aconteceu por acaso? Conta-nos como foi.

Sim, agora parece que é uma série com tema preparado mas aconteceu por acaso. Mais do que uma série é uma coleção que nasceu espontaneamente na minha conta de instagram. No início era apenas um conjunto solto de fotos de coisas que eu aprecio e que foi crescendo. A certa altura a @ritacordeiro, a minha instagrammer favorita, disse-me:
- Tens de arranjar uma # para as tuas fotos com as coisas na mão!
Assim fiz e o que era um conjunto de fotas soltas transformou-se numa coleção e não parou de crescer. Claro que passou a ser mais consciente a compilação agora que tinha uma "casa".
As fotos acontecem sempre que no meu dia a dia me cruzo com coisas dignas do meu “selo de aprovação". Um objeto, um alimento, o que for. Há cerca de dois meses senti que era tempo de a coleção ter um espaço próprio onde eu e quem vem seguindo a coleção a pudesse apreciar toda junta. Nasceu o escolhidosadedo.tumblr.com. Parece que fiz bem porque recebi, inesperadamente, muitas reações positivas, e até o teu convite para esta entrevista.

3) Acho que na forma como as coisas acabam por surgir no teu feed de imagens, consegues pegar em algo banal e fazer dele um objecto digno de moldura. Este projecto tem algum objectivo futuro?

Obrigada, Silvia. É mesmo essa a intenção que tenho ao fazer estas fotos desde o ínicio:
- retirar algo do seu contexto quotidiano, isolá-lo, colocá-lo num pedestal e percepcionar o objecto de outra forma. Fico feliz por conseguir passar essa mensagem.
Futuro?! Bem pensado. Queres ver que a tua pergunta é o começo de alguma coisa? Até agora não tinha pensado nisso. Objetivo futuro: talvez pensar nisso.

4) Todas estas fotos surgiram graças ao instagram, e vejo que tens sempre uma presença muito activa nas redes sociais. Gostas de comunicar desta forma? O que pensas sobre as redes sociais e a forma como comunicamos com elas? O que é para ti um bom comunicador nas redes sociais?

Gosto de comunicar. Eu acho que a forma de comunicar nas redes sociais é igualzinha às outras formas de comunicação entre grupos de pessoas mas com um ultra megafone encostado à boca e uma caneta de tinta permanente na mão!
Todas as nossas ações geram reações seja nas redes sociais virtuais ou nas redes sociais reais, como a da mesa do café, ou a dos colegas no local de trabalho. Aqui é só uma questão de escala e de perpetuação do que se comunica, para o bem e para o mal.
Eu, particularmente, nas redes sociais gosto da partilha de conhecimento e de imagens, de me poder ligar a pessoas com interesses comuns e nalguns casos ir estreitando as empatias tal como fiz a vida toda com as pessoas que se iam cruzando comigo em pequenas redes sociais: a escola, os desportos, o trabalho, os amigos dos amigos. Gosto também muito do poder de escolha do que vejo ou sigo. Talvez seja essa, para mim, a melhor característica destas novas formas de comunicação. O poder de escolha.
Talvez seja uma visão muito linear e pragmática da coisa mas isso sou só eu a ser eu própria.
Para mim um bom comunicador das redes sociais é alguém que é genuíno, que tem um caminho e identidade própria e que não se afirma por oposição aos outros. Alguém que é cortês e simpático sempre.

5) Por último, blogs, és uma fã de tumblrs onde reúnes imagens. És leitora de muitos blogs? Queres nos deixar alguns endereços? O que te cativa num blog?

Gosto mais de blogs de ver do que de blogs de ler. As minhas leituras online faço-as, maioritariamente, nos clássicos New York Times, Vogue US e Harpers Bazaar US.
Gosto de saltar de blog em blog e apesar de seguir alguns há bastante tempo nunca os tive em lista de feed. Gosto de os ver no seu ambiente natural e do acto de lá ir ao meu ritmo.
Desde que me alistei no instagram (06/2012) confesso que diminuí os meus passeios pelos blogs. O meu tempo livre é o mesmo e a oferta é substancialmente maior.
O que me cativa são blogs com conteúdos de design, moda e lifestyle com sentido de humor, generosidade e boa apresentação visual.
Em jeito de #escolhidosadedo hoje, aqui, "pego" e "ergo" o Mrs. Lilien que é um dos meus favoritos e representa na perfeição o que me cativa.


um vídeo no dia mundial da dança

29.4.14

Sigur Ros - Fjögur Píanó from Alma Har'el on Vimeo.

Vi no outro dia este vídeo no blog da Sara e fiquei colada. É lindo. É a música, é a dança, são os intérpretes, é a surrealidade. Vejam, sem ideias pré concebidas, apenas com os sentidos, vale a pena.
Segundo a Sara, 'foi este vídeo que garantiu a Shia Labeouf o papel de Jerôme em Nimphomaniac de Lars von Trier.'

quero

28.4.14
Não há outra forma de colocar isto, senão com esta expressão de total consumismo.
Eu quero estas sandálias, aliás eu já quero há anos, mas agora em amarelo não vou aguentar.
E sim, isto continua despropositado face à forma como a minha conta bancária se comporta, ou melhor não se comporta.
Mas vou encontrar maneira, ai vou, vou...este ano vou enfrentar o calor do sul de pés amarelos ou não me chamo Sílvia Cristina! (sim, é o nome mais feio do mundo, mas foi culpa da minha irmã!)
Pronto, desabafo feito volto ao trabalho, agora com outro tipo de motivação, aquele do género consumista nato.

achados de domingo ou a inflação do velho

Achados de Domingo ou a inflação do velho, daqui a pouco no blog...Feira que é feira tem cadeira! Quem me lê sabe que sou frequentadora assídua de feiras de velharias. Mais do que procurar achados, o que eu gosto mesmo é do passeio domingueiro, digamos que é um dos meus passeios preferidos. Sempre que posso vou à mais próxima que houver. Hoje fui à de Aveiro.
Dizem os 'especialistas' que é uma das melhores e maiores da zona. E é, de facto grande e recheada e pela sua localização dá um belo passeio de Domingo. A cidade de Aveiro é linda e luminosa e muito boa para passear.

A grande diferença que eu percebo entre esta feira e outras mais pequenas são os preços das coisas. Aqui há um negócio eminente, pessoas de lojas, coleccionadores, decoradores, não sei, aquilo que eu percebo é que o conceito do velho, do usado, do estragado que alguém vai aproveitar está para lá de inflaccionado. Expressões como Vista Alegre, Sacavém ou porcelana inglesa, querem dizer para tirar as mãos. É caro e muitas vezes estamos a olhar para peças rachadas e estaladas e nesses casos é que eu não consigo perceber mesmo!

Eu compreendo o valor das peças que já não se fazem, também percebo o negócio dos antiquários e sou uma verdadeira apreciadora de peças com histórias anteriores à minha. Apenas acho pena que de repente parece que não há espaço para o comprador 'desprevenido'.
Com certeza a moda do vintage está a contribuir para esta inflacção nas feiras maiores, porque há muito comprador que também é vendedor.

Esta feira é enorme, com um pouco de paciência conseguimos achar coisas interessantes a preços acessíveis, como as minhas compras por exemplo, mas é preciso olhar para aquelas bancas menos óbvias, com caixas cheias de 'lixo' no meio de CD piratas e roupas duvidosas. E lá aparece qualquer coisa.
Mas claramente, as feiras nas terras mais pequenas, longe de meios urbanos grandes conseguem ter uma oferta mais generosa em menos metros quadrados e, os vendedores são bem mais simpáticos.

E por falar em simpatia, no outro dia fiz a minha maior e melhor compra de sempre, um lindo serviço de chá, a umas meninas bem simpáticas do Porto, que em breve vos vou trazer aqui, para verem a loja delas e quem sabe ficarmos a saber mais qualquer coisa sobre esta coisa do 'vintage' em Portugal.

Fiquem por aí e boa semana pessoas!


[hoje estou ali]: histórias contadas

24.4.14




A Marta contactou-me a pedir alguns conselhos para o seu blog 'histórias contadas', e conversa puxa conversa, acabou por me convidar para a sua rúbrica 'bloggers story' que eu aceitei com muito gosto. E falei, falei, falei...
Vejam a entrevista aqui.

i could live here

22.4.14








Neste momento desejo espaços assim, cheios de luz e com poucos objectos, mas sem perder o carácter.

Casas ao estilo 'design/clean' não são a minha praia, esta é o perfeito equilíbrio dos espaços e das coisas necessárias ao conforto...e a luz, ai a luz!

(via casa del caso, projecto de design de interiores do estúdio degoma)

[livro]: lá fora - planeta tangerina

21.4.14




Os anos de experiência em matéria de maternidade já me ensinaram uma coisa: não há nada melhor do que andar cá fora com as crianças.
Ficam felizes, não precisam de muitas coisas, cansam-se o suficiente para poderem descansar e deixar os outros descansar no fim do dia, resolvem-se muitas doenças e más disposições.
Infelizmente nem toda a gente vive em casas com espaço exterior e muitas famílias não conseguem ter o tempo de 'rua' que desejariam para os seus filhos.
Por outro lado, nas escolas, cada vez se vê menos as crianças a brincar cá fora livremente, o que eu acho um grande erro. A quietude e disciplina que as nossas escolas pretendem para os nossos filhos desde idades tão tenras como os 6 anos, não é natural e limita muito do seu desenvolvimento.

Pois o planeta tangerina lançou recentemente um livro que fomenta a curiosidade e a exploração do 'andar lá fora' em pequenos e graúdos. Perfeito para esta época em que o bom tempo começa a espreitar, e em que queremos e precisamos mais do que tudo, de ar livre.
Será a minha aquisição nesta época e espero dar boas leituras e dicas de coisas giras para fazermos e falarmos.
Para quem estiver interessado, pode ser adquirido aqui.

pausas

20.4.14
Das Páscoas felizes;)O chão que ela pisa...#beautifulhomes Estes dias de pausa marcada no calendário, sabem cada vez melhor.
As pessoas param, dispersam, viajam, vão visitar os familiares. Respiram.

Agora mais do que nunca acho que estes dias são essenciais para a sanidade mental de todos. Até as redes sociais mudam o ritmo, o mail fica em pausa uns dias enquanto respiramos e trocamos conversa com aqueles que nos são mais próximos. 

A Páscoa foi em família com tudo a que tem direito: pão-de-ló, ovos, casa com jardim, animais e fotos de família.

Confesso no entanto que a nossa sessão fotográfica familiar me deixou deprimida assim que descarrego as fotos no computador. Eu estou tão mal, mas tão mal, tão mal, tão mal, que eu própria nem sei o que se passou, se é do meu cabelo que ficou horrível desde a última visita ao cabeleireiro, se das rugas nos olhos, as manchas na cara, as olheiras, a cor pálida ou se terá sido da falta de jeito da minha irmã para a máquina fotográfica?
Porra, o que meia dúzia de fotos podem fazer com a nossa auto estima, a minha ficou bem lá no chão, agora vou dedicar-me a apagar estas péssimas provas da memória do meu computador e talvez a comprar uns acessórios de cabelo para o esconder até ele crescer...ou cortar...ou desaparecer.
Este desabafo é tão teenager que nem acredito que o fiz aqui:)

do lifestyle antes do lifestyle

16.4.14
TallinnaTallinnajuly Se actualmente quando vemos fotografias ou blogs com imagens de detalhes de uma casa, da comida, das coisas mundanas, da vida e do dia-a-dia classificamos sem hesitar como 'lifestyle' (signifique o que significar), há uns anos atrás não era bem assim. Não havia tantas 'caixas' onde meter as coisas e o instagram ainda não tinha chegado com o registo e partilha imediatos dos detalhes da vida.

Quando comecei a escrever este blog era (e sou) uma fã incondicional do trabalho da Liivia Sirola. As fotografias dela deixavam-me congelada a imaginar e a sonhar com aqueles cenários que me pareciam de um filme, nas viagens onde ela nos levava, nos detalhes de coisas e cores e sentidos que se levantavam a cada fotografia.

Pois o melhor é verificar que hoje, mesmo depois de já ter conhecido e visto tantos outros milhares de fotografias, constatar que são estas, e sempre estas as minhas preferidas.
Sei pouco sobre a Liivia, não percebo nada do que ela escreve no seu blog - VIA - mas a admiração que tenho pelo trabalho dela é enorme.

Não há nenhuma outra lente que me cause esta sensação, de um sonho, uma história, cheiros e texturas que nunca experimentei. No fundo são tudo coisas simples, mas pela lente da Liivia são belas, belas demais!

Fico feliz quando sinto esta emoção ao olhar para as fotografias de alguém, é uma sensação muito boa, é uma motivação e uma inspiração.

Thank you Liivia, you always make my day!

Liivia Sirola flickr
VIA blog

(photography by Liivia Sirola)

  *tamperefebruary

these days

14.4.14

Sei que devem estar fartos que eu fale de trabalho, gostava de vos levar por viagens exóticas pelo mundo mas o mais longe que as minhas fotos do insta me/nos levam é ali ao rio Douro e aqui à praia de casa.
É a vida.
Sempre cheia de trabalho, sempre atrasada em tudo e mais alguma coisa, caixa de correio cheia de mails, coisas para fazer que nunca ficam completas.
Esta é a constância dos meus dias e por mais que tente parar ou correr para superar o ritmo, nunca lá chego, por isso mais vale um dia de cada vez, com calma e com uns gelados pelo meio.

Andam a acontecer coisas giras, como esta parceria de que falo no Muda de Página, outros blogs que têm ficado 'vivos' e que ainda não divulguei e um desafio que entretanto pode ser que surja, e que me iria dar um mega gozo. Mas está tudo no segredo dos deuses e na complicação do mundo dos negócios.
E uma boa semana para todos!

fazer vs sonhar

8.4.14
upload Passei a vida a sonhar com coisas que gostava de fazer. Coisas que vinham sempre precedidas de um 'se'. 'Se' eu tivesse dinheiro, 'se' tiver mais tempo, 'se' não morar aqui, 'se' resolver este e o outro problema, 'se', 'se', 'se'.
Um dia deitei fora os 'ses' e mudei.
Passei a fazer.
Já fiz muita coisa, já me surpreendi e muito com aquilo que sou capaz de fazer, já me desiludi um outro tanto com a forma como as coisas na realidade são.
E aprendi.
Fazer é duro, muito duro, mil vezes mais difícil do que sonhar, outras tantas vezes mais complicado do que se deixar ir na constância dos dias e de um horário de trabalho.
Sinto-me esgotada, porque percebo dia após dia que não consigo fazer tudo o que imaginava que conseguia, que eu sou o 'chefe' mais exigente que me podia ter calhado e que ainda não aprendi a melhor forma de desligar quando preciso.
A liberdade de horários dá lugar ao excesso de trabalho, a auto-gestão na verdade representa assumir compromissos e mais compromissos cuja responsabilidade é unicamente nossa.
O prazer de poder ter mais do que um trabalho, de fazer coisas diferentes, traduz-se em grande parte num poder de adaptação brutal para estarmos constantemente a 'mudar a ficha'.
Fazer cansa.
Mas uma vez que começamos a fazer não há mais como parar, é viciante.
Não me quero deixar levar em queixumes ou pena própria, a vida corre-me bem, tenho trabalho, tenho sorte. Mas neste momento o meu corpo pede-me para parar, dormir e desligar. Há a necessidade eminente de fazer um balanço e de avaliar resultados.
Percebi recentemente que já não dou por mim a sonhar, será porque estou mesmo satisfeita, ou porque não encontro momentos de silêncio dentro de mim, estarei a ser 'tomada' pelo fazer?
Sonhar também é preciso.
Diz quem sabe que 'comanda a vida'!


da vida

7.4.14
Ontem morreu o Manuel Forjaz.
Apesar dos seus desejos, não consigo deixar de ficar profundamente triste.
Vou sentir falta de seguir os seus posts no FB, do seu pensamento sempre de olhos postos no futuro, do positivismo, da força, das palavras sempre pertinentes, mas acima de tudo vou sentir falta da esperança que ele me dava na vida, por estar doente, o tempo todo que ele esteve e continuar a viver.
E eu, em certos momentos ficava com uma esperança de que afinal o cancro pudesse não ser aquilo que eu penso que é.

O meu pai e a minha mãe morreram de cancro.
Mas em minha casa nunca ninguém falou sobre a doença enquanto a viveu. O meu pai não chegou a saber que a tinha e a minha mãe nunca o conseguiu fazer, talvez pela medicação e pela dor que lhe foi atenuando todos os sentidos. Eu que a vivi intensamente confesso que também não o sei fazer (por isso raramente partilho aqui pensamentos ou experiências daquilo que vivi, não porque não ache que seria muito válido para outras pessoas, apenas porque não consigo).
Ler o Manuel Forjaz era como uma catarse daquilo que nunca se disse, nunca se pensou, nunca se falou, da vida, da morte e acima de tudo do medo.

A ele, um muito obrigada e um até sempre.
Aos meus, o meu coração continua a ser pequeno para tanta saudade, um até já.

diz-me o que calças dir-te-ei quem és @ la redoute

3.4.14
Hoje andei ali pela la redoute a falar de como protejemos os nossos pés e do que é mais importante para cada um de nós: o conforto, o estilo, a altura, a cor, etc.
Aquilo que vestimos ou calçamos diz alguma coisa sobre a nossa personalidade? Eu penso que sim.
Se quiserem espreitar, é aqui.

kitchen stories @ tapas na língua

2.4.14

É com muito orgulho que partilho com vocês que sou a primeira convidada da Ana do Tapas na Língua para a sua nova rubrica kitchen stories.
Se querem saber um pouco mais sobre as minhas (des)aventuras no meio de tachos e panelas, vão espreitar o blog da Ana e sim, podem rir à vontade!