better than the web thing

20.11.14
#betterthanthewebthing daqui a pouco no blog silviasilva.com Foi no início deste mês que fui ao Porto almoçar à Cantina 32 com uma companhia muito especial: a Ana do Tapas na Língua e a Daniela do Boop.
Nós não somos amigas de longa data, nem nos cruzamos no dia-a-dia, aliás só conheci pessoalmente a Daniela há bem pouco tempo e a Ana, que é quase vizinha, conheci pois foi um dos primeiros blogs que desenhei (com muito orgulho).
E o que nos liga? Esses mesmos blogs.
O que nos fez marcar um almoço e passar horas à conversa, foi apenas o simples facto de sermos leitoras dos blogs umas das outras, sabendo de alguma forma, que a pessoa por trás das fotos e das palavras tem algo com que cada uma de nós se identifica.
E falhou? Nem um bocado. A sensação de estar com elas numa mesa à conversa com um bom copo de vinho é a mesma que se tem com amigos de longa data. A conversa é fluída, o à vontade natural e o riso normal. Não há momentos de estranheza, porque ali, os temas de conversa são normais. Podem achar que falamos dos blogs e daquilo que fazemos com eles, mas nem é verdade, claro que vem sempre à conversa, mas fala-se essencialmente da vida.
É fácil para mim perceber porque gosto de estar com a Ana e a Daniela, e a razão anda muito próxima do registo do blog de cada uma. Um registo pessoal, despretensioso, genuíno. E as pessoas que o escrevem são também um pouco o que as suas páginas transmitem.
É bom deixar os ecrãs por uns momentos e saltar para uma mesa de restaurante com as pessoas que gostamos de seguir, porque o óbvio confirma-se quase sempre: a versão 'carne e osso' supera e muito a virtual!
Obrigada à Ana e à Daniela por me proporcionarem estes bons momentos, espero que a repetir muito em breve!

(foto do Porto Fashion Makers e a última da autoria da Ana Morais, onde estou eu e a Daniela a aproveitar o sol de Outono na Rua das Flores).

the one and only

17.11.14
Marion Cotillard.

(via colectivo 71.86)

pelo bom caminho

16.11.14
#bestyogapractice #yoganagranja #theroadtosomewhere Estou a adorar as minhas aulas de yoga. O local, só por si deixa-me sempre bem disposta e as aulas têm me feito muito bem. Esta é uma rua lá perto, adorava mostrar-vos o sítio, mas seria invasivo demais para as restantes pessoas, é um dos espaços mais bonitos onde estive nos últimos tempos.

Por aqui as coisas começam a ganhar cada vez mais forma, as pessoas boas que têm cruzado o meu caminho são cada vez mais e vou esquecendo outros episódios menos felizes que me desgastaram no passado. Há agora novamente espaço para a construção na minha cabeça. Abrir as portas e partilhar, esse é mote para os próximos meses, na vida e no trabalho.

Estou agora a fazer exames às veias e ao sangue para ver se o episódio 'trombose' se pode fechar na minha cabeça e corpo, a esperança que assim o seja no próximo mês é muita, mas vamos ver e esperar.

Gosto do Outono.
Bom Domingo pessoas.


taylor who?

10.11.14
Diz que anda por aí uma jovem cantora que retirou as usas músicas do spotify.
Sinceramente nem dei por nada, lamento.
Já estas duas bem mais giras e interessantes jovens andam a tocar os seus incríveis violinos pela web fora, e estas sim eu teria muita pena de não ter conhecido através do youtube. É que no caso desta música, ver e ouvir completam-se.
Digam lá se elas não têm pinta?

Coisas bem feitas

4.11.14

O Alfaiate Lisboeta é um blog conhecido por muitos pelas suas (boas) fotografias de 'estilo de rua'. O seu autor já há muito que saltou das páginas do seu blog para outros projectos que o levaram pelo mundo da moda e da comunicação fora da dimensão de blog.

Hoje fiquei a conhecer a sua loja online: a J. Lisbon. E tenho de aplaudir o conceito, porque o que o José Cabral fez aqui, foi bem feito.
Ele conseguiu pegar num conceito online e aproximá-lo do conceito de loja personalizada, pois usou a sua imagem, a fotografia que o caracterizou durante tantos anos, as mesmas pessoas reais, as mesmas ruas do blog, as peças de roupa que o caracterizam a ele em termos de estilo. E falou. Por cada peça da sua loja ele escreve. E escreve bem.
É como se entrássemos numa loja de alguém que conhecemos há anos e ela nos fala com orgulho da peça que tem exposta.
Está bem feito, sobre o conteúdo, não explorei muito as roupas, mas identifiquei alguns homens que estava habituada a ver no seu blog. O mesmo estilo, a mesma luz, a mesma descontracção, as mesmas caras. Ele próprio.

É este o conceito que os blogs têm e que aproxima as pessoas, mas que muitos blogs estão a perder em detrimento de procurarem uma imagem de revista, tudo produzido, tudo pensado, tudo editado, muitas fotografias, poucas palavras, poucas opiniões. E é aí que começa a perder a graça.
Ele conseguiu um bom equilíbrio entre o estilo de rua e as pessoas com que nos cruzamos e uma montra online. Sem perder qualidade, sem perder cuidado, como aliás já era característico das suas fotos na rua.
Para além disso tudo é uma loja de homem. E fazia falta uma loja só para homens.

'se se meterem contigo nunca respondas'

3.11.14
Já toda a gente viu este filme que circula pelas redes sociais. Já muita gente se identificou e outra tanta o condenou e ridicularizou. Afinal alguns homens apenas estão a dizer 'olá' à rapariga, não é? Pois eu concordo com o que a jornalista Fernanda Câncio escreveu nas páginas do DN e posso explicar-vos porquê.

Há muito que perdi a conta ao número de vezes que fui abordada por homens na rua com frases e gestos humilhantes e degradantes para mim enquanto criança, adolescente e mulher. Podia contar-vos muitas histórias, mas tenho a certeza que todas as raparigas que lêem este blog sabem de umas quantas. Para os homens que podem não entender bem, posso dizer-vos que em Portugal os piropos de rua são geralmente de cariz pornográfico.
E não nos ficamos apenas por palavras, há também gestos que incluem tocar em mulheres nos transportes públicos, há também o grupo de rapazes que persegue uma rapariga num local de diversão nocturna e que o que muitas vezes parece apenas uma brincadeira, por vezes se torna terror para a mulher em causa.

E o que acontece em todas estas situações? A mulher cala-se, encolhe-se envergonhada, corre e esconde-se do possível agressor. Sim, proferir palavras pode ser uma agressão.
E não diz a ninguém. Tem vergonha. Afinal, foi apenas um piropo. Não aconteceu nada. Segue as instruções de outras mulheres mais velhas que dizem: "se se meterem contigo nunca respondas".

Foi já na faculdade, a caminho da estação que passava repetidamente por um local, onde um homem, que podia ser meu avô proferia as coisas mais porcas que eu me lembro de ouvir, sempre de cariz pornográfico. Sempre que eu passava, quase todos os dias por ali. E muitas vezes mudei de rua, e muitas vezes encarei o chão fazendo de conta que não era nada comigo. E muitas vezes apanhava o comboio com a mesma sensação de enjoo. Será que aquele homem tinha família, filhas, netas?
Até ao dia. Passei. As mesmas palavras de ofensa. Encarei o chão, acelerei o passo. Parei. Respirei fundo. Voltei para trás. Dirigi-me a ele de cabeça bem erguida e bem maior do que ele. Perguntei-lhe com quem é que ele achava que estava a falar. Falei alto e com bom som. Pedi-lhe para repetir o que tinha acabado de dizer. Ameacei chamar a polícia. Todas as pessoas ouviram. Foi um momento embaraçoso. O homem fugiu com a passada de rato que o caracterizava. Eu nem sentia as minhas pernas de tão nervosa que estava.

A única pergunta que me fica na cabeça de todas estas ocasiões é: quem são estes homens? Porquê? E aos homens que lêem estas linhas e que não se identificam com a descrição que faço aqui do seu género, vocês não fazem a menor ideia do que uma mulher ouve e vê ao que ao assédio nas ruas diz respeito, porque se fizessem ficavam aterrorizados.

Escrevo isto aqui hoje, porque sou mãe de duas miúdas. A elas vou ter de lhes ensinar: "se se meterem contigo, grita!"




I could live here

1.11.14


A casa da Isabelle do blog DOS FAMILY está à venda e ela fez um post a falar sobre a sua história, tudo o que lá viveram, o que transformaram e o significado que este sítio tem para ela e para a sua família. E eu compreendo bem todas as palavras que ela partilha sobre a casa, porque acho que as casas também têm um bocadinho de nós, uma história, uma sensação.
Sorte daqueles que virão a seguir e podem partir desta 'tela' tão bem desenhada para começar  a sua vida.

Eu por aqui não vou claramente comprar o apartamento da Isabelle, mas gosto muito deste espaço. Apesar de adorar ver as casa nórdicas, super brancas e clean, eu preciso de um pouco de drama na minha vida caseira, cor, padrões, misturas improváveis, objectos, memórias, tudo isso faz parte de mim, por mais que tentasse uma abordagem mais 'clean', nunca iria ter bons resultados.
Gosto deste apartamento, da luz, da cozinha, das cores, da decoração.
Enfim, eu poderia mesmo viver aqui!

(todas as fotografias deste post são propriedade do blog Dos Family)