let the magic begin

5.12.10
durante anos fui educada para não gostar do natal.
descobri cedo demais que a história do pai natal era uma treta, ensinaram-me rapidamente que a época se associava a um consumismo exacerbado, que a maioria das pessoas o fazia por obrigação e não por prazer e para além de toda esta informação preciosa, sempre deixamos as compras para o último dia (continuo a deixar, há tradições que não se perdem), o que tornava tudo muito emocionante, que é como quem diz stressante!
mas com o passar dos anos e desta rotina louca em que praguejávamos contra a música de natal e fugíamos dos shoppings e pais natal falsos, a nossa pequena família foi crescendo e rapidamente passamos a ser 3 mulheres à beira de um ataque de nervos, o que se tornou num dos momentos cómicos do ano, em que depois das queixas do costume, tudo resultava em piadas sarcásticas sobre o natal e acabávamos a rir e a tomar café numas das cadeiras centenárias dos cafés do porto, rodeadas pelas revistas caras que a minha mãe comprava e a pensar no dinheiro que íamos gastar e que não devíamos, mas a rir...e sempre a tentar contrariar uma tendência à qual teríamos de ceder, mas com estilo e com ar de quem "é do contra"!
tenho saudades...

a verdade é que até hoje, desde que saí de casa nunca mais fiz uma árvore de natal e isso não fazia parte dos meus planos, sinceramente! era bom ser do contra:D
mas depois de vários dias de excitação com as luzes de natal nas casas dos vizinhos, com os pais natal que sobem pelas varandas (o que é isto??!!!!), com as bolinhas e os bonequinhos e as músicas de natal e as árvores de natal nas casas dos outros elementos da família, percebi que tinha chegado a hora.
não valia a pena explicar-lhe nada sobre o consumismo, nem dizer-lhe que não há pai natal (pois ela ainda nem percebeu bem o que é), nem tentar ir com ela tomar cafés e ler jornais e revistas, pois ainda não resultava.
eis que lá me decidi e fui comprar a árvore, de um metro e oitenta que carreguei sozinha ( isto é como quem diz, que eu carrego aqui dentro um ser que já me acrescenta alguns bons kilos e não ajuda a pegar na árvore) para o carro num dia tempestuoso de chuva. OK, tenho de confessar, disse umas 3 ou 4 asneiras daquelas de por pimenta na boca (ou talvez umas 10), mas lá cheguei a casa com a árvore e as bolas e as luzes.
bem...a alegria e a histeria e a felicidade da minha filha foram tantas e tão grandes, que acho que vou deixar esta história de ser do contra para mais tarde.
e viva o natal!

e agora a minha música de natal:

5 comentários:

  1. tudo vale a pena quando a alma não é pequena!!!

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  2. Chamo aos pais natal pendurados nas janelas pais natal suicidas :D
    Sim, também via o Natal de uma forma sarcástica, mas hoje em dia valorizo mais. Não a parte das prendas, mas o facto de se juntar toda a gente. Família ou amigos. É disto que eu gosto.

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  3. De uma outra maneira não muito diferente da tua aconteceu-me o mesmo.

    Mudam-nos a perspectiva e deixamos cair por terra os nossos próprios preconceitos e não me arrependo nada.

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  4. como eu...sempre a reclamar do consumismo do natal - "este ano não há prendas para ninguém" e depois lá vou cedendo.O que fiz o ano passado foi dar prendas feitas por mim, já não é um mau começo :P , mas nem sempre há tempo para isso. Em casa vou pôr pela 1ª vez umas luzes de natal espalhadas, dizendo a mim mesma que é para ficar mais "aconchegante", mas deve ser o espirito de natal a falar mais alto :P Já me estou a ver a arranjar uma arvore no próximo ano...!ÓH não..! lol

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