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Hasta la vista 2015
31.12.15
A Filipa fez um.
A internet anda toda ver o seu #2015bestnine.
Pois eu...eu...também:)
Este é um best de nada, é o que me vou lembrando, bom e mau, grande parte de coisas que se passam aqui pela internet à mistura com algumas emoções da vida pessoal.
Para arrumar e seguir em frente que amanhã está já aí.
1. Andei a brincar ao instagram com o Jóni Silva e foi muito bom relembrar que os adultos também podem ter espaço para a diversão sem tabus de idade.
2. Fiz um site para lá de giro para o Muda de Página que é a minha cara e do qual me orgulho muito. Mais uma vez percebi que, desde que me decida a tal, aprender novas coisas é sempre o melhor caminho. Arriscar vale a pena.
2. Contei com a Filipa do outro lado do ecrã e cada vez mais próximo do coração, percebendo que a Internet é um grande canal para se fazer amigos.
3. A ansiedade e o medo perseguiram-me. O medo de uma trombose que estava sempre presente, a ansiedade que me fazia voltar a sítios maus sempre que estava na eminência de encontrar um bom. Um início de ano arrasado por uma penunomia, um corpo cansado e sem energia. Foram inúmeras as sensações de desgaste, tive queda de cabelo, problemas de pele, de dentes e mais não sei o quê. Uma condição física de desgaste brutal. Um sentir-me mal na minha pele.
Agora com o ano a terminar, sinto que estou a arrumar essas sensações, a resolver o que tem de ser resolvido. Acima de tudo a ensinar a minha cabeça a aproveitar o melhor da vida, para que o meu corpo possa encontrar alguma espécie de equilíbrio.
O yoga foi sem dúvida o melhor lugar que o meu corpo encontrou.
4. Contei com a Maura para os dias mais quentes, confortáveis e agradáveis do ano, junto da minha família de coração. Momentos que quero poder repetir a vida toda.
5. Percebi que a escola primária não era o bicho papão que muita gente fazia acreditar. Acima de tudo confiei na pessoa que a frequenta, a minha filha. E ela saiu-se para lá de bem.
6. Participei de um meet do Instagram com algumas das pessoas que mais admirava neste mundo dos quadradinhos fotográficos. Uma experiência inesquecível de onde saiu a melhor foto que alguma vez me fizeram.
7. Comprei o melhor casaco do ano na Mão Esquerda.
8. Trabalhei muito e pude conhecer muitas pessoas interessantes, cheias de ideias, novos projectos e talentos e percebi que o melhor do meu trabalho é poder ajudar estes projectos e pessoas, pequenos ou grandes a ver a luz do dia na internet.
9. Não iniciei caminhadas nem corridas, fui menos ao yoga do que queria, não organizei a minha casa nem a minha cabeça. Percebi que quase não conseguia largar a cadeira do computador. Dias da semana, fim-de-semana, manhã, tarde e noite. Percebi que as coisas tinham de mudar. O meu corpo e a minha cabeça precisavam de mundo. A minha vida pessoal tinha de ter um espaço longe da profissional.
10. O que salva é sempre o amor que tem a forma destes três.
11. Deixei de ter bebés em casa. E tenho saudades. Mas ganhei duas miúdas giras que vão comigo para todo o lado.
12. Conheci a Sónia Sapinho ao vivo e cores e vi que a simpatia transborda para lá dos ecrãs.
13. Reencontrei o Menina Rapaz e reavi o entusiasmo perdido pela leitura de blogs.
14. Tenho uma miúda crescida em casa, cheia de ideias e opiniões sobre tudo e mais alguma coisa.
15. Preparei a cabeça para receber a mudança. Disponibilizei-me. Arrisquei experimentar o que nunca tinha pensado. Acredito no destino e que as coisas acontecem por alguma razão. Acredito em mim e nas minhas capacidades. Espero ansiosamente o novo ano.
Boas entradas em 2016 pessoas lindas que lêem este blog!
(todas as fotografias são do meu instagram com a excepção da 6 que é do Jóni Silva e da 8 da Xiomara Marques.)
A internet anda toda ver o seu #2015bestnine.
Pois eu...eu...também:)
Este é um best de nada, é o que me vou lembrando, bom e mau, grande parte de coisas que se passam aqui pela internet à mistura com algumas emoções da vida pessoal.
Para arrumar e seguir em frente que amanhã está já aí.
1. Andei a brincar ao instagram com o Jóni Silva e foi muito bom relembrar que os adultos também podem ter espaço para a diversão sem tabus de idade.
2. Fiz um site para lá de giro para o Muda de Página que é a minha cara e do qual me orgulho muito. Mais uma vez percebi que, desde que me decida a tal, aprender novas coisas é sempre o melhor caminho. Arriscar vale a pena.
2. Contei com a Filipa do outro lado do ecrã e cada vez mais próximo do coração, percebendo que a Internet é um grande canal para se fazer amigos.
3. A ansiedade e o medo perseguiram-me. O medo de uma trombose que estava sempre presente, a ansiedade que me fazia voltar a sítios maus sempre que estava na eminência de encontrar um bom. Um início de ano arrasado por uma penunomia, um corpo cansado e sem energia. Foram inúmeras as sensações de desgaste, tive queda de cabelo, problemas de pele, de dentes e mais não sei o quê. Uma condição física de desgaste brutal. Um sentir-me mal na minha pele.
Agora com o ano a terminar, sinto que estou a arrumar essas sensações, a resolver o que tem de ser resolvido. Acima de tudo a ensinar a minha cabeça a aproveitar o melhor da vida, para que o meu corpo possa encontrar alguma espécie de equilíbrio.
O yoga foi sem dúvida o melhor lugar que o meu corpo encontrou.
4. Contei com a Maura para os dias mais quentes, confortáveis e agradáveis do ano, junto da minha família de coração. Momentos que quero poder repetir a vida toda.
5. Percebi que a escola primária não era o bicho papão que muita gente fazia acreditar. Acima de tudo confiei na pessoa que a frequenta, a minha filha. E ela saiu-se para lá de bem.
6. Participei de um meet do Instagram com algumas das pessoas que mais admirava neste mundo dos quadradinhos fotográficos. Uma experiência inesquecível de onde saiu a melhor foto que alguma vez me fizeram.
7. Comprei o melhor casaco do ano na Mão Esquerda.
8. Trabalhei muito e pude conhecer muitas pessoas interessantes, cheias de ideias, novos projectos e talentos e percebi que o melhor do meu trabalho é poder ajudar estes projectos e pessoas, pequenos ou grandes a ver a luz do dia na internet.
9. Não iniciei caminhadas nem corridas, fui menos ao yoga do que queria, não organizei a minha casa nem a minha cabeça. Percebi que quase não conseguia largar a cadeira do computador. Dias da semana, fim-de-semana, manhã, tarde e noite. Percebi que as coisas tinham de mudar. O meu corpo e a minha cabeça precisavam de mundo. A minha vida pessoal tinha de ter um espaço longe da profissional.
10. O que salva é sempre o amor que tem a forma destes três.
11. Deixei de ter bebés em casa. E tenho saudades. Mas ganhei duas miúdas giras que vão comigo para todo o lado.
13. Reencontrei o Menina Rapaz e reavi o entusiasmo perdido pela leitura de blogs.
15. Preparei a cabeça para receber a mudança. Disponibilizei-me. Arrisquei experimentar o que nunca tinha pensado. Acredito no destino e que as coisas acontecem por alguma razão. Acredito em mim e nas minhas capacidades. Espero ansiosamente o novo ano.
Boas entradas em 2016 pessoas lindas que lêem este blog!
(todas as fotografias são do meu instagram com a excepção da 6 que é do Jóni Silva e da 8 da Xiomara Marques.)
Agosto, aquele mês estranho
4.8.15

Foram umas boas férias, esteve sempre bom tempo, estive com a família e revi amigos, ganhei uma super máquina fotográfica (que me tem enchido de vontade de fotografar sem parar) e acima de tudo, não aconteceu nenhum 'acidente', coisa que eu temi todos os dias (e que me faz ser um bocado mais infeliz do que seria necessário, e um dia falo aqui um bocado sobre isso).
Agosto é um mês complicado para uma pessoa desorganizada como eu.
Preciso de voltar a trabalhar com toda a força, mas tenho duas miúdas giras em casa em férias totais e que precisam de atenção.
Se eu fosse uma pessoa organizada e direitinha, planeava os meus dias com tempo de férias delas, procurar apoio na família e trabalhar.
Mas como sou um caos com pernas prefiro andar o dia todo atarantada entre a confusão em que a minha casa se encontra, as consequentes chamadas pelo meu nome de 'mãe', as refeições e os supermercados, o computador e o trabalho e fazer muitas e muitas noitadas.
Foi assim o ano passado e eu apesar da idade não melhoro de ano para ano.
Este ano tenho de fazer um esforço, talvez consultar o guru da organização que é a minha irmã mais velha e fazer-lhe perguntas parvas como 'como organizar o meu dia', 'que tipo de refeições devo fazer para não estar sempre a pensar nelas', 'como pedir ajuda', 'como conseguir proporcionar às crianças a sensação de férias e trabalhar na mesma'?
E por último estava cheia de saudades deste blog e do trabalho, este Verão fiquei sem portátil e estive quase um mês longe de tudo o que eram novas tecnologias (excluindo o IG) e caraças, senti saudades!
Por isso nos próximos dias conto andar por aqui, apesar de saber que todos estão a banhos e que ninguém me vai ler, mas se fosse pelas estatísticas que eu aqui venho, nunca tinha começado há 8 anos atrás.
Até já!
a pdi
12.7.15
Até aos trinta e poucos anos a idade nunca me incomodou. Na verdade não via assim tantas mudanças ao ponto de perder muito tempo a pensar nisso. Achava até algo estranho as mulheres que estavam sempre a falar nisso, 'a idade isto, a idade aquilo, nada é como era, blá, blá, blá'.
De há uns três anos para cá (vou nos 37 para quem não sabe) comecei a perceber algumas coisas.
Os olhos, as rugas de expressão, as manchas na pele, agora alguns cabelos brancos a aparecer de lado, e também uma sensação de que quando tenho alguma dor, algo se passa. Dantes se tinha alguma dor, 'ia passar' agora 'algo se deve estar a passar'.
Sei que as coisas estão diferentes quando vou às compras, olho para uma coisa e independentemente dela me servir ou não, penso que é roupa de miúdas e não quero. Já não quero.
Quero algo meu, que tenha o meu carácter, mas que me assuma como mulher, não tem nada a ver com ser clássica, que não sou nem nunca vou ser, tem a ver com uma forma de estar.
Olho em volta e vejo muito cabelo pintado, muitas pestanas artificiais, partes de corpo falsas, maquilhagens excessivas, unhas falsas, cuecas push up...e penso o quão difícil deve ser ter de manter as aparências todos os dias. E penso que quero poder envelhecer sem ter de me matar para parecer mais nova. Me estafar num ginásio que odeio, passar horas no cabeleireiro, manter as pestanas e as mamas, os rabos e mais o que se lembrarem a seguir.
Não quero nada disso para mim, mas sei e sinto a dificuldade que aceitar as mudanças do tempo implica. Olhar para nós e gostar de ver a mudança que acontece agora todos os anos não é fácil.
É altura de mudar, de assumir e amar aquilo que somos em todas as fases da vida.
Se calhar se todas o fizéssemos naturalmente seria tudo tão mais fácil.
Mas esta é uma postura individual, que começa em cada uma de nós, e não, não tem nada a ver com desleixo ou não gostar de coisas bonitas. Eu gosto e quem segue este blog ou me conhece sabe bem disso.
É gostar de ser e não de parecer.
dias agitados
13.3.15
Esta foi uma semana agitada, cheia de trabalho que parece que não flui, por mais que me esforce, que tente fazer mais e melhor, as coisas não acontecem com a velocidade que eu gostaria.
Talvez porque nunca considere todas as variantes do meu dia, a família, os amigos, a minha vida pessoal e espere que um trabalho independente funcione como uma empresa, em modo engrenagem, não funciona. É preciso aceitar e ajustar, para não estar sempre em sofrimento com expectativas que vão para além da capacidade de duas mãos e uma cabeça.
Os últimos posts ali de baixo não ajudaram porque andei em baixo com todas as histórias tristes que chegaram até mim, e porque o medo esteve sempre presente na minha cabeça. Se já há algum tempo não pensava no que me tinha acontecido, estes dias fizeram-me tremer.
Mas acabei a semana da melhor maneira, a fotografar um sítio que me é hoje muito especial, cheio de boas energias, lindo de morrer, e com pessoas muito especiais. Nestes momentos tenho pena de não ser melhor fotógrafa para vos mostrar aquilo que os meus olhos vêem que geralmente é mais bonito do que o consigo trazer até aqui.
Para a semana levo-vos lá com algumas fotos e palavras sobre este sítio especial.
Até lá um bom fim-de-semana para todos.
#9birthdayguide
1.2.15
Foi inspirada nas talentosas Rita Cordeiro e Sónia Sapinho e no desafio que cumprem no seu dia de anos de tirarem 9 fotos e mostrarem do seu ponto de vista como se pode ter um bom aniversário, que este ano me desafiei a mim mesma a fazer o mesmo. (eu não sou nada dada a desafios fotográficos, mas achei que seria um bom incentivo para tornar o meu dia mais especial e o facto de ser no instagram torna tudo mais simples e divertido)
O meu aniversário é geralmente um dia normal, cá por casa até foi dia de trabalho para alguns, mas a graça do desafio é mesmo ir registando pequenas coisas que vamos fazendo para o tornar especial. E a verdade é que podemos ir fazendo algumas coisas que nos vão deixando mais felizes ao longo do dia e que as devemos fazer sempre.
Foram 37 anos, o tempo passa a voar, as miúdas já não são bebés, eu própria já estou a anos-luz de ser ou me achar uma miúda, mas confesso que muitas vezes quando penso na idade que tenho não sei bem como me sentir. A idade não tem definição somos e estamos como queremos, mas há sempre aquela sensação do 'eu com esta idade já devia...'. E agora dou por mim a pensar mais nessas coisas do que eu já devia ser ou parecer, desde a forma de vestir, ao percurso profissional, à organização da vida. Mas para mim tem sido crucial a liberdade e o poder estar sempre aberto e disposto à mudança e aos novos desafios. O poder de mobilidade mental e mudança marcaram os últimos anos da minha vida e mostraram-me muitas coisas que eu sei que hoje sou capaz de fazer e que há uns anos atrás não achava possível.
Este último ano e o início deste foram marcados por algumas dificuldades de saúde, coisa que nunca me tinha acontecido e que eu espero que fiquem por aqui. Não há nada pior do que a nossa energia falhar, essa é a grande conclusão deste último ano. Ser mais saudável é o objectivo destes novos 37 anos.
Vamos então ao desafio (de cima para baixo e da esquerda para a direita, em inglês porque é a forma original como está no instagram):
1. Sleep the more and best you can.
2. Dress something you like.
3. On a rainy birthday paint yourself with bright colors.
4. Get yourself and your home some nice flowers.
5. Bake a cake.
6. Try something new.
7. Keep friends and family close to you.
8. Best friends and older sisters know a lot about what you love. Thank them!
9. Tchim, tchim, celebrate life.
2015, será que podemos começar outra vez?
26.1.15

Viroses nas crianças, gripes, otites, e uma penumonia que me deixou KO, foram alguns dos elementos destes últimos dias que vejo de forma enevoada e cinzenta. Já nem sei bem o que aconteceu nem quando. Apenas aquela sensação de privação de sono e dor no corpo é que está bem presente.
Logo eu que não fiz listas de desejos para 2015, que não organizei as minhas prioridades nem desejei mudar o closet para uma nova época, apenas queria dar conta do que já tinha em mãos. Apenas queria responder atempadamente ao trabalho, começar alguns novos projectos, fazer algumas coisas com os meus.
Janeiro desapareceu, não sei o que aconteceu, mas evaporou-se, e agora parece que o mundo seguiu o seu curso, a maratona corre desenfreada em direcção à Primavera e eu ainda mal saí do ponto de partida.
Hoje sentei-me e olhei em volta. Haverá ponto de partida? Por onde começo? Pelo trabalho atrasado? Pelos mails por responder? Pelas desculpas por pedir? Pelo dinheiro que não ganhei mas o estado me cobra? Pela casa que parece estar enterrada num eterno caos de coisas por arrumar? Pelo escritório onde quase não me consigo sentar? Pela roupa que ficou entre o armário e algumas caixas e sempre por arrumar? Pela minha cara que parece estar pronta para enterrar? Por onde começo? Haverá fim à vista? Haverá forma de sprintar até apanhar a maratona que já vai bem lá longe?
A corrida é solitária. As preocupações de uma só cabeça. Não está previsto ficar doente. Quem não corre não ganha. Simples.
Bem, pelo menos posso riscar um elemento da minha lista mental. Sem maratonas nem ginásios, 3Kg já lá vão, ficaram no tapete. Pronto, estou elegante, agora só falta o resto.
Vamos lá começar outra vez, qualquer início pode ser um bom recomeço. Qualquer. Desde que algo aconteça. Vamos a isto então.
Sem percalços por favor. Obrigada.
das pessoas
31.12.14
Sei bem que já todos lemos resumos do ano velho e desejos para o novo.
Eu por aqui não sou pessoa de listas nem de rever a matéria dada.
Sei que me esforcei para caraças o ano todo. Sei que nem tudo correu bem, mas a maioria das coisas foram mais do que boas.
É tempo de deixar para trás e esquecer o que correu mal, porque tudo o que interessa está aqui e agora.
Acabar o ano na 'internet' com este post da Mar é tudo o que eu poderia desejar por estas andanças virtuais. Desejo concretizado.
Agora vou ali para a festa de carne e osso.
Bom ano pessoas bonitas!
das festas mais ou menos felizes
23.12.14

E eu sentia que se ela não gostava eu também não devia gostar, afinal éramos uma equipa, nós contra o mundo.
Músicas de Natal? Bhléc.
Aquelas famílias felizes todos vestidinhos para o Natal? Bhléc.
Presentes de Natal? Nas vésperas lá se tratava disso à pressão, mas não sem durante o processo se bufar por todos os poros e prometer que para o ano que vem 'vou mandar tudo para o raio que o parta'.
Mas a verdade é que bem lá no fundo, eu queria que as coisas fossem diferentes. Queria que ela se sentisse feliz. Para eu achar que também teria esse direito. Porque se ela não estava feliz, nós também não podíamos estar.
Mas já lhe tinha acontecido tanta coisa, os últimos anos tinham sido tão lixados com desgraça atrás de desgraça, que hoje eu compreendo bem toda a revolta da minha mãe, gostaria que tivesse sido diferente, claro que sim, mas por outro lado prefiro uma mãe resmungona a uma deprimida.
A verdade é que com o passar dos anos, eu e a minha irmã crescemos e passamos a ser, juntamente com a minha mãe, boas amigas, e as boas amigas geralmente riem-se das desgraças. E o Natal passou a ser um momento cómico. Em que a minha mãe fazia o seu teatro e nós ríamos das mesmas frases, os mesmos bufos, a mesma cara de olho franzido que em alguns segundos se transformava em sorriso aberto. E o sorriso dela era o mais franco e bonito que conheço. Daqueles que iluminam toda a rua.
Depois chegaram os netos, filhos da minha irmã e o mundo mudou para ela. O Natal passou a ser tudo o que os netos precisariam que fosse, com prendas e árvore e Pai Natal e tudo à mistura. Foi um alívio. O começo de uma nova era, mais feliz, de uma família que crescia e ia deixando para trás a amargura.
Não durou muito tempo, não pelo menos o suficiente para que as minhas filhas viessem a conhecer essa avó, que se dizia com tão mau feitio, mas que era a mais carinhosa das mães e a mais dedicada das avós.
E tudo estaria feito para que eu detestasse o Natal.
Mas não. O Natal fica ali no meio das minhas preferências. Não é a minha época preferida, mas também não lhe guardo rancor.
Faço tudo à pressão, nos últimos dias, como a minha mãe me ensinou. E odeio músicas de Natal, não há som mais deprimente do que esse.
Mas adoro estar com a minha família e ver a felicidade das crianças, porque afinal foram e são elas que salvam tudo.
Faz-me falta a minha família, aqueles que me deram vida e que me deixaram tão cedo. Por mais que cresça o meu peito nunca será grande o suficiente para o tamanho da minha saudade.
Mas como a minha filha hoje escreveu 'o amor a de sempre vencer'.
E cá por casa o amor agiganta-se sempre perante a dor.
Feliz Natal pessoas.
silence is sexy
2.12.14

Não há nenhum motivo para tal e ao mesmo tempo há todos.
Confesso que não me apetece dizer nada, nem vender nada, nem partilhar nada.
Sempre que acabo o trabalho que tem de ser feito, desligo.
Há um ruído excessivo pela web que me cansa.
O silêncio também é uma opção.
Mas volto.
Até já.
miúdos anos 80
29.10.14
Quando eu era miúda não haviam estrelas Disney, nem DVD e canais de televisão a debitar coisas de criança.
Eu vibrava com estes filmes de dança: o Footloose, o Flashdance, a Fame.
Ainda hoje guardo alguns vinis que os meus pais me deram, e sempre que ouço estas músicas é como se fosse hoje!
Lembro-me de ir para as aulas de ballet com camisolas de fato de treino e perneiras a imitar os meus ídolos e ouvir a professora (espanhola) gritar comigo:
"Sílvia, pensas que a vida é um circo? Vai-te vestir em condições!"
"Querida Conchita, hoje tenho 36 anos, não dei bailarina como podes ver, tinhas razão, mas continuo a vestir-me como se a vida fosse um circo. E não é que resulta?"
Eu vibrava com estes filmes de dança: o Footloose, o Flashdance, a Fame.
Ainda hoje guardo alguns vinis que os meus pais me deram, e sempre que ouço estas músicas é como se fosse hoje!
Lembro-me de ir para as aulas de ballet com camisolas de fato de treino e perneiras a imitar os meus ídolos e ouvir a professora (espanhola) gritar comigo:
"Sílvia, pensas que a vida é um circo? Vai-te vestir em condições!"
"Querida Conchita, hoje tenho 36 anos, não dei bailarina como podes ver, tinhas razão, mas continuo a vestir-me como se a vida fosse um circo. E não é que resulta?"
found it
25.10.14

Eu tenho uma total ausência de força de vontade de fazer o que quer que seja relacionado com desporto, caminhar, correr, ginásios, etc. Para mim mexer-me nunca foi um desporto, mas sim um meio para atingir um fim.
Depois da trombose fui aconselhada a caminhadas diárias de 30 minutos, ou a praticar uma actividade leve mas continuada. E eu sei que tenho de o fazer, sei mesmo, às vezes caminho, outras vezes tento fazer amizade com a bicicleta elíptica que tenho em casa, mas nenhuma delas me agarra. Estou constantemente a pensar quando é que aquilo acaba. Já chega? E a minha cabeça viaja para todas as coisas que quero fazer quando sair dali.
E não, não sou daqueles seres abençoados pela genética com tudo no sítio sem nada fazer. Por aqui, depois de duas gravidezes e zero desporto, as coisas já não são as mesmas, três kg acima do que era normal antes de ser mãe, mas que de alguma forma já me habituei e confesso que não ligo muito a isso, devia ligar, mas não ligo. A massa muscular já desapareceu há muito e a flexibilidade foi pelo mesmo caminho. A postura anda pelas ruas da amargura e os abdominais há muito que não dão o ar da sua graça.
Mas eu tento, a trombose criou em mim um aviso permanente que eu não consigo ignorar. Já fui a ginásios, tentei aulas em conjunto, procurei grupos de tudo e mais alguma coisa. Raramente passo da primeira experiência, porque sei imediatamente quando uma coisa não é para mim, não me iludo muito. Tenho ainda muitas restrições de horário familiar que me impedem de fazer parte da maioria das aulas e que também servem como desculpa mental para mim própria por não conseguir.
Mas ontem encontrei. O sítio. A actividade. A vontade.
Um grupo de Yoga aqui bem perto de casa, no sítio mais bonito que podia estar, com um ambiente descontraído, mas muito profissional e dedicado. E vou ficar. E vou tentar com toda as minhas energias e dedicação levar as aulas de forma contínua e séria. Começo com uma aula semanal, mas quero fazer pelo menos duas. Quero que o meu corpo sinta, a minha cabeça desligue, a minha postura volte e eu encontre em mim a energia e a vontade de cuidar de um corpo que é só meu e que só eu posso estimar.
A fazer figas!
das pessoas
16.10.14


Visitei a LX Factory, o Cowork, trabalhei com a Filipa, conheci a Ana e a Marta ao vivo e a cores e descobri tantos outros trabalhos e pessoas como é o caso do Vitorino Coragem.
Eu vivo longe da cidade, das filas de trânsito e da correria, trabalho em casa e perto da praia, com todo o conforto que isso me pode trazer, mas sinto falta das pessoas.
De me cruzar com pessoas, lugares e cores. De descobrir acidentalmente outras vidas, outras visões, saltar fora da minha bolha e ver a dos outros. Conversar, trocar ideias.
Parece tão simples, mas não é. Quem trabalha como eu, sozinha, em que conheço muita gente, porque quase todas as semanas troco de trabalho, mas ao mesmo tempo não me cruzo quase com ninguém. Não sei se as pessoas são altas ou baixas, se riem muito ou se queixam, ou o que pensam do tempo ou da cidade, as palavras banais que ocupam muitas vezes tempo e espaço, mas que também fazem falta: olá, bom dia, estás boa, até logo, até amanhã.
Esta semana abri a caixa de correio com a minha filha, que já sabe que de lá só vem publicidade ou contas, e eis que estava lá um pequeno rectângulo de papel vindo da Rússia e escrito à mão.
'O que é isso mãe?'
'É um postal'
'De uma pessoa? Uma pessoa que escreveu para ti?' 'De outro país?' 'Não disseste que no correio só vinham contas?'
'Enganei-me filha, há pessoas que escrevem em papel, e enviam postais, que podem vir de qualquer parte do mundo. Pessoas que se lembram das outras pessoas.'
'Mãe, também quero escrever um postal'
Obrigada Filipa, pelo postal e por provares à minha filha de 6 anos o quão bom é recebermos este rectângulo de papel com umas linhas de texto vindo de outra parte do mundo.
Façam parte do desafio da Filipa aqui.
going short shortly
27.8.14
Como se já não bastasse nesta coisa da trombose:
o susto · o internamento · a dor · o descanso forçado · o trabalho atrasado · o exercício forçado · o tratamento de vários meses · não poder fazer a depilação · não poder apanhar sol · andar todos os dias de meias elásticas até mais ou menos sempre...
agora começaram os efeito secundários do medicamento e tenho o cabelo a cair.
Ora entre um cabelo comprido 'looking like shit' (assim como tudo o resto neste momento) e um bom corte curto, então venha ele!
(imagem daqui)
pratica o desapego
21.8.14

Pratica o desapego é uma tag que vejo muitas vezes no instagram da Isabel.
E ultimamente é uma expressão que não me sai da cabeça.
De entre as muitas coisas que preciso de mudar na minha vida, o desapego é uma delas. Livrar-me de tudo o que não me faz falta e simplificar a minha casa e o trabalho é neste momento urgente.
Nesta fase que ainda não sei bem até que ponto me devo ou não esforçar por causa da trombose, estou reticente em começar grandes arrumações que depois posso não ser capaz de acabar, mas exactamente por isso resolvi começar pequeno, gavetas, casas de banho, carteiras, etc.
Esta jarra é a prova viva da minha dificuldade em lidar com o desapego. Estava na minha casa do Algarve, literalmente toda partida, porque um dia a minha mãe a deixou cair. Ela achava esta jarra lindíssima e passou vários dias a colar cada uma das suas peças até ficar assim. Já se passaram bem mais de 10 anos (15? 20?) desde esse episódio e eu guardei-a dentro de um armário para um dia qualquer pensar sobre isso. Como a minha mãe morreu comecei a achar que olhar para a jarra partida e lembrar-me do episódio me iria sempre fazer lembrar dela. E faz. Mas não é pela jarra que me lembro dela. É porque é a minha mãe.
Este ano peguei nela e vi que se estava literalmente a desfazer e por isso decidi que tinha de ir para o lixo. Decidi. Estava decidido. Mas não foi.
Está agora na garagem.
Comecei a ler o blog da Rita, o 'the busy woman and stripy cat' no sentido de ir lendo alguns posts sobre o destralhamento, devagar, de forma a inspirar-me e organizar-me no meu processo.
Até que hoje leio este post e este texto:
"Em relação a coisas com forte carga emocional, este texto do Joshua Fields Millburn diz tudo. A sério, se estão à vontade com o inglês, leiam o texto.
Resumidamente, a mãe do Joshua morreu e ele ficou encarregue de vazar o seu apartamento. Alugou uma daquelas unidades de armazenamento e uma carrinha para guardar todos os pertences da mãe, caso um dia ele precisasse de alguma coisa ou precisasse de ter acesso às coisas por algum motivo.
No apartamento começou a arrumar as coisas da mãe em caixas. Até que olhou para debaixo da cama, atulhada com caixas de cartão seladas. Abriu uma das caixas e no seu interior estavam cadernos dos primeiros 5 anos de escola do Joshua. A mãe do Joshua tinha guardado todas essas coisas para se lembrar do seu filho e tê-lo mais perto de si. Mas era evidente que as caixas com as tais coisas que a fariam recordar o seu filho não eram abertas há muitos, muitos anos. Porque não é nas coisas que estão as recordações - é dentro de nós.
O Joshua apercebeu-se então que não precisava das coisas da mãe para se lembrar dela, tal como a mãe nunca precisou de abrir as caixas seladas para recordar o filho.
O Joshua cancelou a carrinha e a unidade de armazenamento e doou as coisas da mãe para poderem ser úteis a outras pessoas.
As lições que ele aprendeu:
- Não são as coisas que temos que definem quem somos.
- As nossas memórias não estão debaixo da cama. Estão dentro de nós, não nas nossas coisas.
- Um coisa que tem apenas valor sentimental para mim poder ser útil para outra pessoa.
- O apego às coisas tem uma forte carga mental e emocional. O desapego, por outro lado, é libertador."
Para mim não é difícil arrumar as coisas do dia-a-dia, limpei a casa de banho de coisas que não estavam lá a fazer nada em menos de meia hora.
O que é difícil para mim, são as coisas que eram dos outros, da minha infância, do meu passado que já não existe e que acho que se me agarrar a certas coisas ele pode voltar na minha cabeça e se não tiver essas coisas fico sem nada, sem memórias, sem passado.
Eu sei que não é verdade. Este post ajuda-me a colocar as ideias em ordem. Escrever aqui para vocês é como escrever para mim própria. As coisas ganham outra lógica e verdade quando escritas.
Hoje faz sete anos que a minha mãe morreu. Não abro a arca com as coisas dela desde então, não visito cemitérios, não rezo nem acendo velas.
Lembro-me dela todos os dias e não preciso de olhar para nenhum objecto.
turning page
12.8.14

Estou nessa fase, com a cabeça debaixo da areia, sem vontade de trocar muitas coisas com quem quer que seja, com mais falta de coisas de carne e osso e de tijolo do que imagens ou ideias virtuais.
Comunicar-me a mim, ultimamente tem sido mais complicado do que o normal, basicamente porque não me sinto bem. Isso prejudica-me a vários níveis, mas preciso de arrumar as coisas, a saúde, a casa real, a família entre muitas outras coisas e de repente queria que o computador ficasse desligado até eu organizar as outras coisas.
Mas o computador é trabalho e não se desliga quando apetece, mas quando nos podemos dar a esse luxo.
Hoje li este post da Mar e respirei fundo. E lembrei-me porque é que ainda vale a pena passar por alguns sítios e visitar algumas pessoas, porque as portas não se devem fechar e porque vale a pena continuar a receber os amigos nas casas reais e nas virtuais. São eles que às vezes nos fazem respirar e rir e pensar e ganhar energia.
Esta dança e esta música vieram completar o que faltava. Obrigada Mar, estou feliz por ter um dia mudado o teu blog e te ter conhecido melhor. Inspiras-me.
das férias
7.8.14
Depois de todos estes azares já quase me esqueci das férias.
Os dias corriam bem, lentos e bons, não me posso queixar. Fiz muitas caminhadas com a minha irmã logo de manhã pelas ruas e escarpas do Carvoeiro. Tirei dezenas de fotografias bonitas, encontrei uma cadeira linda no lixo e um prato antigo, fiz muitas melhorias na Maura, mas outras tantas ficaram por fazer.
Coloquei umas prateleiras na cozinha, do Ikea, que funcionaram lindamente, arranjei um móvel para a louça (o mais foleiro e barato de sempre) e consegui colocar ordem na louça e na roupa de casa.
Plantamos flores na entrada e penduramos cortinas.
A minha filha mais velha deslumbrou-se com a possibilidade de sair de casa pelo próprio pé e ir visitar a bisavó, demorando tempos infinitos nas viagens e ficando parada no meio da rua, com aquela sensação de liberdade que ela aqui não experimenta.
Comemos muito peixe, as melhores sardinhas dos últimos anos, vários gelados e copos de bom vinho. As sestas duravam horas durante a tarde e estendiam-se a toda a família, o que nos deixava a todos bem revigorados. Por lá não há barulho de carros nem de pessoas, as crianças podem andar cá fora sem problemas, e este ano a praia estava particularmente grande e calma, apesar do mar gelado, que foi a pior surpresa!
Não houve quase nada de computador, o que foi muito bom para mim. Gosto muito dos meus blogs e da comunicação online, mas acho que desligar é essencial não só para a minha vontade de ler os outros mas também para a qualidade daquilo que partilho.
O único trabalho que mantive online, foi a Cortebel, que tem sido uma boa surpresa para mim. Estou tão orgulhosa da marca, da forma como as coisas têm evoluído em tão pouco tempo e como a página do Facebook tem sido bem recebida e acarinhada pelos seguidores. É um orgulho e tenho o pressentimento que é um trabalho que ainda me vai trazer muitas alegrias!
Agora está tudo muito confuso, ainda não sei bem como vou lidar com esta coisa, qual a sua origem e como deve ser o tratamento dos próximos tempos. Até ter isso resolvido na minha cabeça estou num limbo, sempre a pensar se tenho dores, se devo por a perna para cima, se devo andar, se me devo deitar.
Para me conseguir organizar vou ter de perceber melhor isto para conseguir tomar resoluções e sentir que estou a fazer alguma coisa. Esta coisa de gerir a dor é uma grande chatice!
A ver vamos #comosecuraumatromboseemtrestempos #outrintatempos #outrezentostempos #oudurantetodaavida!
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